Mais do que uma simples tendência, agir de forma sustentável vem se tornando uma grande necessidade para lidarmos melhor com os recursos naturais do planeta, a fim de garantir uma melhor qualidade de vida e preservar as futuras gerações. No âmbito da construção civil, arquitetura e decoração, esse princípio pode ser muito bem representado pela reforma ecológica.
Ela nada mais é do que priorizar o máximo de práticas sustentáveis ao construir ou reformar. Isso vai desde a organização do canteiro de obras até a escolha dos acabamentos para a residência.
Descartar os resíduos adequadamente, evitar o desperdício de recursos ou materiais e priorizar instalações ecologicamente corretas — como o uso da energia solar ou a preferência por lâmpadas de LED — são só algumas das atitudes que você pode tomar a favor da preservação ambiental. Quer saber mais? Então acompanhe a leitura e comece a pensar verde!
Como funciona uma reforma ecológica?
As reformas ecológicas seguem basicamente o conceito da bioconstrução, que consiste em relacionar tecnologia e funcionalidade na obra gerando o mínimo impacto ambiental possível e sem abrir mão da estética nas instalações.
Para isso, a construção de uma residência ecológica precisa levar em conta todas as especificidades do terreno e do ecossistema do entorno onde a casa será construída. Alguns bons exemplos dessa prática são as edificações que utilizam madeira devidamente certificada e rochas típicas da região (calcário, granitos etc.) como matérias-primas na obra.
Aproveitar o índice de sol no terreno para favorecer a geração de energia solar também é um dos grandes exemplos de como a natureza circundante atua na bioconstrução. Outros materiais de baixo impacto ambiental fazem parte da lista, como as cerâmicas, as tintas ecológicas, os isolamentos feitos por meio de fibras vegetais (cânhamo ou celulose) etc.
Como aplicá-la na residência?
Ao contrário do que muita gente pensa, não é difícil construir uma casa ecológica ou, simplesmente, reformar algumas instalações da residência a fim de torná-las menos impactantes ao meio ambiente e ainda mais funcionais e econômicas para o seu dia a dia.
A seguir, listamos sete formas de fazer uma reforma ecológica e aproveitar os benefícios desse tipo de construção:
1. Invista no telhado verde
Sim, é isso mesmo que você está pensando. O telhado verde é um tipo de cobertura feita com plantas sobrepostas ao teto de casas e edifícios. A intenção é proporcionar melhor conforto térmico e acústico para a residência, além de conter os impactos da poluição urbana e favorecer a umidade do ar. Isso sem falar na beleza de um telhado que mais parece um jardim!
Para esse tipo de instalação, são necessários alguns cuidados básicos de impermeabilização da laje e de drenagem da água, de modo a evitar qualquer risco de infiltração. Quanto às espécies vegetais, geralmente utilizam-se suculentas ou hortaliças sobre uma fina camada de terra. Em alguns casos, é possível até mesmo criar um pequeno pomar suspenso.
2. Opte pela energia solar
A energia solar fotovoltaica é a verdadeira campeã quando falamos em reforma ecológica. Isso porque os ganhos com essa instalação são bastante grandiosos. Gerando energia por meio de uma fonte limpa e inesgotável — o sol —, você não só preserva o meio ambiente, como também alivia consideravelmente os gastos na conta de luz que seriam oriundos da energia convencional.
Especialistas apontam que é possível reduzir em até 30% esse valor. E, caso você esteja preocupado quanto ao custo do sistema solar, calcula-se que, em cerca de cinco anos, o total do investimento já terá sido compensado pela economia na conta. Além disso, considerando-se que a vida útil média do módulo fotovoltaico é de 25 anos, você terá ainda mais 20 anos de energia limpa e gratuita na sua casa. Não é sensacional?
3. Reutilize a água da chuva
Os sistemas de captação da água da chuva são alternativas modernas, funcionais e economicamente viáveis para aproveitamento da água pluvial em finalidades não potáveis.
Isso significa que, com o armazenamento da água que vem da chuva, você consegue irrigar jardins, hortas, pomares; lavar áreas externas, como garagens e varandas; utilizá-la nas instalações hidráulicas, como o vaso sanitário, e por aí vai. É ou não é praticidade pura?!
4. Escolha lâmpadas de LED
Não é segredo que as lâmpadas de LED revolucionaram o mercado dos produtos eletroeletrônicos. Afinal, as vantagens desse tipo de iluminação vão muito além da economia na conta de luz ao fim do mês.
Ao trocar as lâmpadas convencionais da sua casa pelas de LED, você contribui também para preservar os ecossistemas naturais, reduzindo o gasto energético e, principalmente, o lixo tóxico e a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa.
Isso porque elas não têm mercúrio e geram bem menos calor em comparação às tradicionais lâmpadas incandescentes e fluorescentes. Proporcionalmente, a iluminação de LED também é muito mais eficiente do que quando comparada às lâmpadas tradicionais.
5. Aposte em tinta ecológica
As tintas ecológicas são feitas a partir de matérias-primas naturais, isto é, sem a adição de compostos sintéticos ou insumos petroquímicos, podendo ser de origem vegetal ou mineral. Isso faz com que sua formulação fique livre dos famosos Compostos Orgânicos Voláteis (VOC).
Dessa forma, você consegue pintar a casa sem causar impacto negativo na qualidade do ar, além de preservar a camada de ozônio. Por essas características, a pintura ecológica é perfeita também para ambientes com pessoas alérgicas, quartos de crianças, estabelecimentos comerciais e hospitais.
6. Prefira sanitários com acionamento duplo
Ok, já sabemos que os vasos sanitários com caixa acoplada consomem menos água. Mas dá para reduzir ainda mais esse consumo. Basta que as caixas tenham o dispositivo de acionamento duplo.
Esse dispositivo consiste em dois botões que possibilitam o acionamento da descarga conforme necessidades específicas — gastando três litros de água para resíduos líquidos ou seis litros para os sólidos —, o que permite reduzir em até 60% o consumo das instalações sanitárias da residência.
7. Acerte no descarte de resíduos
Segundo o que está regulamentado pelo Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC), os resíduos de uma obra dividem-se em quatro categorias básicas conforme o tipo de material. São elas:
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categoria A: resíduos de alvenaria, como concreto, argamassa, cerâmica e pedras;
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categoria B: resíduos recicláveis, como metal, vidro, aço, madeira, papelão e plásticos;
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categoria C: materiais de gesso;
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categoria D: produtos químicos em geral, como solventes, tintas ou óleos e seus respectivos compartimentos.
Sabendo dessa subdivisão, a ideia é fazer a separação e o descarte adequado de cada tipo de material, de modo que possa ser devidamente reaproveitado no futuro. Ou seja, cuidar bem do canteiro de obras também é uma medida muito eficaz para a realização de uma reforma ecológica.
Você conhece outras práticas sustentáveis para aplicar nas reformas e construções? Então conte para a gente nos comentários!