Reforma elétrica: quais materiais você vai precisar?

por | 02/02/2018

Você sabia que as instalações elétricas de uma residência não costumam representar nem 2% do valor total da obra? Isso significa que você não precisa economizar quando o assunto é a escolha dos materiais para a reforma elétrica.

Mesmo porque, ao falarmos em circuitos elétricos, a segurança deve vir em primeiro lugar. Portanto, é essencial escolher materiais de qualidade e devidamente certificados, além de contar com profissionais capacitados para executar a tarefa.

É comum, inclusive, que as pessoas deixem tudo a cargo do especialista. Mas saiba que, entendendo o básico sobre reforma elétrica, você se torna apto para fazer escolhas mais conscientes e evitar eventuais prejuízos ou enganações.

Isso sem falar que os materiais elétricos escolhidos vão interferir não apenas na segurança da residência, mas também na decoração e no conforto do lar. Então, se você deseja aliar todos esses aspectos, confira, a seguir, os materiais que não podem faltar na reforma elétrica da sua casa!

Disjuntor

Sabe quando vários equipamentos estão ligados ao mesmo tempo e ocorre aquela queda brusca na energia? O motivo disso é que o circuito elétrico da residência está sobrecarregado e, então, o disjuntor precisou entrar em ação.

A função desse componente é proteger o sistema elétrico, desarmando-o sempre que a corrente exigida pelos aparelhos for superior àquela suportada pela fiação. Assim, evita-se o superaquecimento do sistema, o que poderia culminar em algo mais grave, como um incêndio.

É por isso que a escolha do disjuntor ideal é uma das partes mais técnicas da composição do circuito. Afinal, a capacidade do equipamento dependerá, essencialmente, da estrutura da residência e da rotina do lar — aspectos que muitas vezes são difíceis de estabelecer em um primeiro momento. Mas não precisa se preocupar! Essa função cabe a um profissional especializado que, certamente, saberá indicar o disjuntor ideal para o projeto elétrico da sua residência.

Eletrodutos

Também conhecidos como conduítes, os eletrodutos são tubos para a passagem e proteção da fiação da casa, prevenindo acidentes como choques ou incêndios. Eles podem estar aparentes, embutidos em paredes ou lajes ou fixos por abraçadeiras.

Conforme as diretrizes de segurança estabelecidas pela Norma Brasileira 5410 (NBR-5410), não se deve ocupar mais de 60% da seção do eletroduto, pois isso restringiria a ventilação no circuito, dificultando o isolamento dos condutores.

Além disso, durante a obra, é preciso tomar cuidado com eventuais dobras e amassamentos nos eletrodutos, o que poderia dificultar ou impossibilitar a passagem dos fios.

Cabos e fios

Sim, serão necessários metros e mais metros de cabos e fios. Contudo, recomenda-se não escolher os mais baratos, pois isso pode significar matéria-prima inferior, aumentando o risco de eventuais curtos no sistema. E aí você já sabe: o barato vai sair caro.

Geralmente, a fiação é de cobre e envolta em PVC — ou outro material isolante capaz de suportar temperaturas de até 70ºC. Quanto mais puro o cobre, melhor a condução de energia.

A NBR-5410 estabelece que o fio neutro seja de cor azul e o fio terra seja verde e amarelo. Quanto aos cabos, o tamanho e a espessura deles dependerão, basicamente, da potência elétrica dos equipamentos que serão utilizados no circuito.

Interruptores

Aqui não tem muito segredo. Os interruptores estarão em todos os cômodos da casa, já que servem para ligar e desligar a luz ou demais equipamentos, como campainhas, ventiladores etc. Estão disponíveis no mercado em várias marcas, cores e modelos.

A escolha deve levar em consideração aspectos como a funcionalidade e a estética que você quer para o cômodo, seja para os ambientes internos, seja para a área externa da residência. Nos quartos, por exemplo, recomenda-se também a instalação de um interruptor paralelo, próximo à cama, conferindo mais comodidade ao espaço.

Tomadas

Obviamente, as tomadas também estarão presentes em todos os cômodos da casa. A diferença consistirá na amperagem necessária para cada uma delas. E isso vai depender do tipo de equipamento que você pretende ligar.

Tomadas de 10 amperes são indicadas para aparelhos mais comuns, enquanto as de 20 amperes são recomendadas para eletrodomésticos de maior potência, como micro-ondas, freezers, fornos elétricos, chuveiros, entre outros.

Geralmente, os projetos elétricos residenciais sugerem a presença de uma tomada a cada oito metros. Contudo, isso vai variar conforme o padrão da residência e as necessidades do cômodo. Na cozinha, por exemplo, é comum instalar um número maior de tomadas.

Lembre-se de utilizar apenas tomadas com o novo padrão brasileiro, de três pinos. Isso favorece a compatibilidade com os aparelhos, até porque, via de regra, recomenda-se evitar o uso de “Tes” e réguas para não sobrecarregar o sistema.

Lâmpadas

Lâmpadas, lustres e luminárias costumam ser os itens mais comuns em uma reforma elétrica, já que possuem uma vida útil menor em relação aos demais componentes do sistema.

Na maioria dos casos, as lâmpadas de LED são a melhor opção, uma vez que combinam alta eficiência luminosa com baixo consumo energético. A princípio, elas podem até ser mais caras. No entanto, sem dúvidas, o melhor custo-benefício estará garantido.

Fatores como potência e temperatura de cor também devem ser avaliados no momento da compra de lâmpadas de LED. Considere o seguinte: quanto menor for a potência da lâmpada, mais econômico será produto. Por outro lado, quanto maior for a quantidade de lúmens descrita na embalagem, mais potente será a lâmpada, ou seja, mais ela iluminará.

Temperatura da cor

Sobre a temperatura da cor, geralmente as lâmpadas amarelas quentes são recomendadas para compor ambientes mais acolhedores, como os quartos. Já as lâmpadas brancas frias são indicadas para locais de maior atividade na residência, como o escritório.

Existe ainda a lâmpada branca morna, que não ofusca a visão e, por isso, é recomendada para as salas de TV. Os spots e as lâmpadas dimerizáveis também são ótimas alternativas para essas áreas de convívio social da casa. Enquanto o dimmer possibilita que você regule a intensidade da luz, o spot permite que você direcione o feixe para pontos específicos, valorizando algum objeto da decoração ou mesmo criando cenários diferentes.

Para os ambientes mais úmidos, como cozinhas e banheiros, convém escolher luminárias herméticas — aquelas em que uma tampa protege a lâmpada — porque isso prolongará a vida útil do item.

Pronto! Ao contrário do que muita gente pensa, não é difícil compreender as funções dos principais componentes de um circuito elétrico. É claro que a definição de um projeto luminotécnico ideal deve ficar a cargo de profissionais especializados.

Contudo, ao entender o básico sobre o sistema e escolher materiais de qualidade para a reforma elétrica, você se livra das gambiarras e demais improvisos que possam gerar sobrecargas na rede, comprometendo a segurança da casa e a tranquilidade da sua família.

Falando em tranquilidade, não deixe de ler nosso outro post com todas as dicas para ficar dentro da Lei na hora de construir ou reformar!