Cimento faz mal para saúde? Conheça os riscos no uso do cimento

por | 09/03/2018

Ok, todo mundo sabe que o cimento é um dos principais materiais utilizados em reformas e construções, geralmente em forma de argamassa ou de concreto. Mas você sabia que, depois da água, o concreto é o segundo material de construção mais consumido no mundo? Pois é! Por isso é tão importante estar ciente dos riscos no uso de cimento para proteger os funcionários da obra.

Devido a algumas propriedades específicas, como o pH elevado, o cimento pode desencadear reações alérgicas no organismo humano. Para evitá-las, bastam alguns cuidados durante o manuseio.

Neste post, você confere quais são essas precauções e o que fazer em caso de acidentes. Acompanhe a leitura e deixe seu canteiro de obras mais seguro e saudável!

Por que o cimento é perigoso?

As principais matérias-primas que compõem o cimento são o calcário, a argila e o gesso, que conferem ao material propriedades aglomerantes e aglutinantes. Sua fabricação exige um processo industrial complexo, em fornos que chegam a atingir 1.500° C.

Quando dizemos que o cimento tem pH elevado, isso significa que ele apresenta alto nível de alcalinidade, condição indispensável para a qualidade dos componentes fabricados a partir desse material, como argamassa, concreto e pastas.

Mas, se, por um lado, as propriedades físico-químicas do cimento são indispensáveis para a qualidade da obra, por outro lado, elas podem ser perigosas para o organismo humano. Não que essa alcalinidade seja assim tão agressiva, porém, propicia condições favoráveis para o desencadeamento de reações alérgicas.

É claro que a ocorrência e a intensidade da reação vai depender do nível de sensibilidade do organismo em questão, que, obviamente, varia de pessoa para pessoa. Mas, via de regra, todo mundo que trabalha com cimento precisa tomar alguns cuidados básicos durante sua utilização.

Como manuseá-lo corretamente?

Então vamos ao que mais interessa! A seguir, listamos cinco práticas indispensáveis no manuseio do cimento, que devem ser seguidas em qualquer canteiro de obras, minimizando, assim, os riscos de eventuais contaminações. Acompanhe.

1. Atenção à validade e ao armazenamento

Os sacos de cimento podem ser armazenados por cerca de três meses, desde que em local fechado, coberto e distante de qualquer tipo de umidade, como chuva ou sereno. Inclusive, para evitar o contato com a umidade que provém diretamente do solo, recomenda-se forrar o local onde os sacos serão guardados.

Mantenha as embalagens afastadas da parede a uma distância mínima de 30 cm e nunca sobreponha mais de dez sacos de cimento por pilha, pois isso poderá causar acidentes domésticos. Também é fundamental conservá-lo em sua embalagem fechada até o momento do uso. Na hora da compra, confira se os sacos não estão rasgados ou úmidos.

E não se esqueça de que, por conta das características do pó, o cimento jamais deve ser armazenado em locais como despensas ou canis. Afinal, você não vai querer que o seu cachorro rasgue acidentalmente o saco e se intoxique, não é mesmo?

2. Dosagem e preparo

É possível encontrar cimentos de vários tipos e marcas no mercado especializado em construção, conforme as indicações de uso (concreto ou argamassa) e as necessidades de cada caso.

No entanto, é possível modificar as características do cimento de acordo com a quantidade de água a ser misturada e demais elementos agregados, como pedra britada, cascalho ou areia. Existem ainda alguns aditivos específicos que podem ser utilizados para reduzir certas propriedades do material ou realçar outras.

Na hora do preparo, o ideal é não misturar cimentos de várias marcas ou validades diferentes, já que isso poderá comprometer a qualidade do produto. E, para minimizar os efeitos alergênicos do pó, recomenda-se sempre umidificar o entorno da área onde a massa será trabalhada.

Quanto à água do preparo, esta deve ser doce e estar o mais limpa possível, ou seja, sem a adição de óleos, sais, ácidos ou restos de materiais orgânicos. Se você tiver dúvidas sobre a procedência da água a ser utilizada, considere usar apenas água potável para a mistura.

3. Localização segura

É necessário escolher um local seguro para trabalhar o cimento. Ele deve ser aberto e ventilado, de modo a minimizar ao máximo a formação de poeira. Vale ressaltar ainda que dificilmente você conseguirá limpar por completo o lugar onde a massa foi misturada, pois o cimento consegue se fixar em quase tudo.

Por isso, defina com cuidado o lugar onde você pretende fazer a massa. Por exemplo: para quantidades pequenas, você pode utilizar uma tábua ou madeirite como superfície de preparo.

Para proporções maiores, será inevitável escolher um local que será recoberto depois, como jardins, calçadas ou terrenos baldios. Você já sabe, mas não custa lembrar: tenha cuidado para não poluir ambientes impróprios.

4. Utilização de equipamentos de segurança

Parece óbvio, mas, infelizmente, muita gente não prioriza o uso de equipamentos de segurança durante a obra, sobretudo em reformas menores. Mas saiba que, mesmo para pequenos reparos, os famosos EPIs são obrigatórios para preservar a integridade física do trabalhador — seja um profissional de empreiteira, seja um pedreiro que trabalha por conta própria.

No caso do cimento, os equipamentos mais importantes são as luvas, máscaras e botas. Além disso, caso não haja uniforme específico, utilize uma vestimenta adequada para o serviço, sem deixar o corpo exposto. Assim, evitam-se cortes típicos ocasionados por materiais ou ferramentas e as indesejadas reações alérgicas.

5. Limpeza após o uso

Como dissemos, dificilmente você conseguirá limpar por completo o lugar onde o cimento foi preparado. Mas isso não te exime da obrigação de fazer a limpeza do local, recolhendo o máximo possível dos resíduos deixados no terreno após a mistura.

Assim como o local de trabalho, as roupas do funcionário também devem ser muito bem limpas após o manuseio do cimento. Recomenda-se, inclusive, que o próprio funcionário tome um banho ainda no local de serviço, para retirar qualquer resquício de cimento do corpo.

O que fazer em caso de acidentes?

Se, mesmo com todos esses cuidados, ocorrerem contatos acidentais com o cimento, considere as seguintes tratativas:

  • se cair cimento dentro das luvas, retire-as imediatamente e lave muito bem as mãos. Limpe também as luvas e deixe-as secar por completo antes de recolocá-las;

  • se cair cimento dentro das botas, retire-as imediatamente e lave os locais afetados;

  • se sofrer algum arranhão ou ferimento proveniente do cimento, lave o local com água corrente e desinfete com água oxigenada;

  • se ocorrerem ferimentos mais graves, como queimaduras, dermatites ou reações respiratórias, procure imediatamente um médico.

Em caso de lesões mais graves, o funcionário deverá ser afastado do serviço até finalizar o tratamento indicado pelo médico. Do contrário, o trabalhador poderá desenvolver uma alergia permanente ao cimento.

De qualquer forma, para evitar esses transtornos, o melhor remédio é sempre a prevenção. Conhecendo os riscos no uso de cimento e preparando-se corretamente para o manuseio do material, a chance de isso acontecer é praticamente zero!

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